terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Falsidade

A vida é assumir riscos. Sim, eu assumi um dos grandes. Peguei para mim uma responsabilidade que não era minha, de resolver problemas de alguém que nunca sequer vi, mas que jurava conhecer. Porque? Por crer naquilo que sempre chamei de amizade.
Após tempos de ilusão e mentiras, descubro que quem eu amei e cuidei nem sequer existe. É um personagem. Fruto de uma mente insana para ludibriar nobres de alma, por um motivo frívolo e egoísta. Brincando com sentimentos e abusando de boas vontades. Me frustra ver que de novo me deixei levar por pessoas falsas, apesar de a cada vez prometer que será a última. Tudo bem. Na vida deparamos com os mais diversos tipos de pessoas, mas as vezes me assusta o quão frias e individualistas algumas delas conseguem ser. Isso é só prova de que eu sei o que é abrir mão de mim mesma em função de um amigo, mesmo que no fim das contas, esse amigo jamais tenha existido.
A pior parte é que sem querer começamos a duvidar de tudo e de todos, mesmo daqueles que nunca nos deram motivo pra desconfiar, e nunca nos fizeram nada. Instinto de preservação. Defesa contra uma próxima vez que eu espero nunca mais ter.
Ah, mas a vida é assim mesmo. O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Lembre-se que podem te tirar tudo, menos o seu caráter. Mas uma vez que já não se tem, dificilmente o criará. Que saia de mim e se materialize nessas palavras toda e qualquer sombra do que aconteceu. Tudo passa. E pode ter a certeza que não levarei pra esquecer nem metade do tempo que levei pra confiar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Saudade





   É tão bom estar em casa. Voltar depois de tanto tempo, e encontrar tudo o que você queria, mas não pode levar na partida. Que sensação boa, se ver novamente parte da rotina de uma família, da sua família. Se ver de repente em uma ambiente tão familiar, o qual você conhece cada detalhe e que é onde você gosta de estar.
   Sinto falta do pacato, do sossegado, do mato, e do ar puro. De sair na rua cumprimentando a todos, e observando tudo, notando cada mínima mudança dessa cidade tão pequena, mas que tem um significado tão grande pra tanta gente. Embora se haja a consciência de que o tempo em que ficaremos aqui é curto, já é fonte de sanidade o suficiente pra que eu não nos deixemos sucumbir pela rotina de peão a que fomos obrigados a nos acostumar. Mesmo que você ame o lugar pra onde você foi, “a saudade de casa é pra sempre”, e passamos a viver um dia após o outro, esperando por aquele em que estaremos de volta ao nosso verdadeiro lar.
   Nada se compara à mudança da paisagem durante a viagem, onde o cinza vai gradativamente dando lugar ao verde, e a ansiedade pra chegar dá a impressão de que o tempo ,de repente, resolveu passar mais devagar. Quando os planos sobre o que fazer primeiro, são a maior preocupação que temos na cabeça, e o ultimo pensamento que queremos ter é o de que daqui a pouco tempo, teremos que ir embora de novo.
   Mas seja no próximo fim de semana, daqui a um mês, um ano, ou uma década, a gente sempre sabe iremos voltar.