quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vácuo


Você me diz que eu não sei o que eu quero pra mim. Talvez eu não saiba mesmo. Mas eu sei exatamente o que eu não quero, o que eu não posso suportar. Eu preciso do que preenche o vazio do meu peito. Seja o que for que eu queira para o futuro, não tem nenhum sentido se não for você quem me levará até ele. É tão difícil entender que eu não quero futuro nenhum, que não seja ao seu lado? Porque as milhões de vezes que te disse isso, foram tão facilmente varridas da sua lembrança?

Odeio essa sensação de vazio infinito na qual me encontro. Como se dentro de mim não houvesse nada, e o que ali tinha, tivesse sido arrancado de modo abrupto e com tal intensidade, que talvez seja impossível reparar o dano. Um sentimento de desesperança, onde se olha pra frente e só se enxerga escuridão, onde não existem luzes no fim do túnel. Como levantar a cabeça e lutar? De onde tirar forças para me recuperar, sendo que a fonte de onde vinham as minhas forças, foi embora junto com você? Serei eu forte o suficiente pra lidar com isso? Confesso que não sei.

Será que terei que conviver com esse vazio pra sempre? Ter que vê-lo ir, querendo a todo custo trazê-lo de volta? Quem sabe já é tarde demais, e eu terei que aprender a conviver com esse vácuo interno. Não gosto dessa impotência, não a desejo pra ninguém. Agora não está mais em minhas mãos. Preciso de uma resposta, antes que o resto de mim se torne tão vazio quanto o meu peito se encontra, e já não seja possível sair do buraco em que me afundo cada vez mais.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Encruzilhada


De repente me vejo em uma situação em que eu nunca quis estar. Tendo que procurar as cegas, uma segunda opção. Estou parada em uma encruzilhada, onde só quero ir para o lado onde eu sei que se encontra a minha felicidade, mas talvez esse lado esteja fechado pra mim. Então me vejo obrigada a olhar para o outro caminho, temendo o que eu possa encontrar lá, mas com a certeza de que nada de bom me espera. Nunca pensei em um final pra essa história que não fosse o “final feliz”, nunca passou pela minha cabeça que poderia um dia ficar sem o que foi pra mim todo esse tempo, a base de toda a minha vida.

Por mais esperança que eu tenha em conseguir pular o obstáculo que me levará ao caminho da minha felicidade, o medo de não conseguir é o sentimento mais presente em mim no momento. Se ele vai me impedir de tentar? É claro que não. Mas acho que admiti-lo já é meio caminho para enfrentá-lo, e é isso que estou fazendo. O meu maior medo é que o meu máximo não seja o bastante. Claro que eu vou tentar de tudo, porque quanto mais eu tentar, maior a minha chance de conseguir. Mas essa história de se não for, eu posso pensar “eu tentei de tudo”, pra mim só funciona na teoria, a minha dor não vai diminuir. Porque por menor, ou maior que tenha sido o meu esforço, no final, eu não vou ter conseguido, e o segundo caminho vai ser minha única opção.

Que armas usar? Eu não faço idéia. Mas sejam quais forem, dentre elas estará a arma mais forte que eu tenho, o meu amor, sem o qual eu nem sequer entraria em campo, pra uma batalha que eu nem sei se posso vencer. E, este é o único caso onde o fim oblitera o caminho - o amor.

Desabafo


Não sei de verdade o que me fez mudar, o que me fez deixar de dar valor pra quem sempre foi tudo pra mim, quem sempre fez tudo por mim. Só Deus sabe o quanto é ruim fazer as coisas sem a intenção e só perceber quando já é irreversível. Ver tudo que construímos juntos indo por água a baixo e saber que, mesmo que sem querer, foi você quem abriu a torneira. É um sentimento de desespero, como se o visse indo embora em um trem, o qual você não tem o poder de parar.

Como se você ganhasse um cachorrinho que sempre quis, e um tempo depois, em um momento de distração, você o deixasse fugir. E ao perceber o que fez, não pudesse fazer nada para tê-lo de volta, a não ser olhá-lo, indo, livre, se afastando de você. Você tenta correr com todas as suas forças para alcançá-lo, mas ele está longe e o que te resta fazer é parar e vê-lo ir, com as lágrimas escorrendo pelos olhos, sem entender porque em um segundo no qual você se distraiu, a sua felicidade se foi com ele. Você vai chorar, vai querê-lo de volta. Mas é tarde demais. Esse segundo de distração fez com que ele se fosse para sempre. Talvez alguém o ache, e cuide dele como você gostaria de ter cuidado e não conseguiu. Talvez esse alguém seja mais cuidados e não se distraia, mantendo-o perto de si, e fazendo-o feliz como você foi, no tempo em que esteve com ele. No momento estou parada, vendo-o ir, como eu nunca quis.