quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Deserção



O que dizer quando se espera uma palavra de apoio e só se encontra julgamentos? Nada. O que me resta é chorar, botar pra fora toda a mágoa que guardo em meu coração, e logo depois, levantar a cabeça e tentar dar a volta por cima. Não deixe nunca que os seus sonhos dependam de outras pessoas. Por mais difícil que seja o começo da trilha quando se está sozinho, depender dos outros é dar um passo pra frente e dois pra trás, por mais próximas que sejam essas pessoas. É duro, ah, eu sei como é duro. Dizem que não sabemos nada da vida, mas são eles quem não sabem nada do mundo em que vivemos hoje. Tomam verdades como absolutas, jogam na cara as coisas que fazem por nós, mas quando mostramos a eles que também fazemos algo por eles estamos sendo ingratos. Que justiça é essa onde o respeito exigido não é recíproco?

A gente luta pensando no bem para a família, e quando se precisa de uma palavra amiga, um afago de mãe, o que se recebe é uma frase que te faz pensar se realmente está valendo a pena tudo isso. Triste é tentar parar de chorar, e qualquer coisa te fazer sucumbir às lágrimas novamente.

A minha sorte é que as palavras de consolo que não encontrei em uma pessoa, encontrei em outra que nunca me julgou, que reconhece o meu esforço e que sempre que eu precisei esteve do meu lado. A única pessoa a quem posso recorrer nessa cidade de estranhos. Sem esse pilar de sustentação, os meus alicerces já haviam ruído a muito tempo.

Não farei mais nada tentando orgulhar alguém, que não seja à mim mesma. Deixo aqui registrada a minha deserção, cansei de ser julgada. Apesar de todas as adversidades, e de todas as turbulências, eu não desisto. Eu tracei metas, e nelas eu vou até o fim. E se Deus quiser, daqui a alguns anos, retribuirei atirando flores, à quem um dia me atirou pedras.

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